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Estética e matemática: a manifestação da subjetividade nas ciências exatas

Foto do escritor: Ana Luiza de LimaAna Luiza de Lima

Atualizado: 24 de abr. de 2020

A necessidade de falarmos sobre a subversão do gosto e do desenvolvimento de um entendimento sobre o prazer estético e como esse viés de análise sofre influências não apenas culturais mas de vivência pessoal se faz mais do que necessária na filosofia e no entendimento das produções artisticas. Em uma recente publicação, no entanto, me deparei com esse questionamento voltado para uma análise da produção científica, que se atém ao estudo das leis da natureza.


A subjetividade permitida pela filosofia e outras matérias teóricas tem se manifestado em campos científicos e a abertura desses campos para teorias não passíveis de comprovação provoca alguns questionamentos dentro da comunidade científica.


Nos últimos anos é possível observar um aumento no escopo teórico de estudo mas mais diversas áreas mas aqui concentramos a análise na física, o surgimento de teorias bem amarradas e teoricamente aprazíveis porém sem capacidade comprovatória é um fato questionado por quem preza pela objetividade do desenvolvimento científico, sendo que este acontece através de afirmações e não apenas a análise de negativas.

Um livro lançado recentemente pela física Sabine Hossenfelder, Lost in Math: how beauty leads physics away, questiona exatamente como a beleza de teorias têm provocado uma escassez de respostas, que afeta de forma direta o desenvolvimento da física moderna, no tocante que as teorias apesar de apresentarem fórmulas elegantes e belas, como coloca a autora, não revelam respostas, sendo apenas uma coleção de conjecturas.

A problemática exposta pela cientista vai além da necessidade da busca de respostas, mas nos leva a refletir também nos altíssimos investimentos feitos em hipóteses pouco prováveis, isso nos afasta da possibilidade de cconseguir abrir os horizontes, além de alimentar um ciclo que se baseia em uma certa futilidade, já que a natureza e suas leis não foram feitas para ser belas.


A utilização do conceito de beleza como sinônimo de verdade foi também trazido pelo autor Marcelo Gleiser em sua publicação Criação Imperfeita, na qual ele salienta a importância de perceber que essa busca pela estetização da física é totalmente humana.

A necessidade de trazer a diferença entre ciência e religião surge aqui, ao passo que se tratamos a possibilidade de teorias não testáveis no meio científico, abrimos margem para crenças, o que é totalmente inadmissível no cientificismo. A autora esclarece o problema não é a formulação de teorias e hipóteses, mas sim a insistência de determinadas correntes em admiti-las como estudos válidos quando não se tem comprovação alguma.


Na entrevista dada por Hossenfelder à Gleiser, na Folha de São Paulo, ela fala abertamente sobre a problemática quando exemplifica falando da Teoria Quantica da Gravidade, que é a peça que falta para conectar espaço, tempo e a Teoria Quântica, que possui uma séria de hipoteses matemática totalmente improváveis, por não possuirem possibilidade de teste.


As áreas notavelmente mais afetadas por esse desvio são a física de partículas e a cosmologia, segundo a cientísta, são criadas uma série de ideias para resolver problemas que não existem, o que gera uma série de testes que não trazem resultados, ou seja, muitas linhas pesquisa quem vêm sendo financiadas não têm, ou ao menos não estão nem próximas, da possibilidade de comprovação ou eoução, de forma que são investimentos que possibilitam o acesso a um aparato material interessantíssimo, mas que não levarão às respostas necessárias.

Para ler mais sobre a crítica de Hossenfelder sugiro que acessem a entrevista diretamente no site da Folha:


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