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HUDINILSON JR.: ZONA DE TENSÃO

Foto do escritor: Ana Luiza de LimaAna Luiza de Lima

Atualizado: 26 de abr. de 2020

Por ANA LUIZA DE LIMA

Zona de Tensão, exposição de Hudinilson Jr., em cartaz no Centro Cultural São Paulo, tem curadoria de Maria Adelaide Pontes, Maria Olímpia Vassão e Marcio Harum. Com uma coletânea de cerca de 40 trabalhos realizados pelo artista em múltiplas plataformas, que variam da arte postal até a xerografia, a exposição de caráter retrospectivo busca reafirmar a notória contribuição artística de Hudinilson Jr. para o cenário cultural contemporâneo.

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O trabalho exposto é um apanhado das mais importantes obras desenvolvidas pelo artista durante sua carreira tendo um momento de encontro pontual: a contraposição. Ao ser confrontado pelas obras de Hudinilson Jr. é possível observar que o artista traz à tona dialéticas marcantes que se repetem como ‘ordem vs. transgressão’, ‘arte de rua vs. arquivação’, ‘todo vs. parte’.

Nas obras que compõem a série Narciso, Hudinilson traz o seu próprio corpo como objeto de criação, uma topografia a ser explorada, através das xerox e do trabalho de aumento das imagens o artista se constrói e ao mesmo tempo desconstrói, transformando partes do corpo em paisagens abstratas. Ainda com o corpo como objeto, em Zona de Tensão o artista explorou de inúmeras as formas possíveis este procedimento: cópias da própria cópia, ampliações, reduções, justaposições e sobreposições de imagens resultantes do contato direto de seu corpo com a máquina copiadora.

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A oposição é clara quando se coloca frente à frente Arquivo de arte na rua, Cadernos de referências e Intervensão urbana, aqui temos de um lado um Hudinilson que explora metodicamente as notícias sobre arte de rua, que cataloga minuciosamente recortes de jornais e revistas contraposto com um Hudinilson artista urbano, que trabalha no limiar da clandestinidade e ultrapassa o lugar de produção convencional do artista, seu estúdio, para atuar na própria cidade, trazendo intervenções que tem como marca a transgressão, a ilegalidade e a manifestação de pensamentos e práticas marginais em oposição aos processos oficiais, como na ação Ensacamento (1979), onde foram encapuzados monumentos do centro da cidade de São Paulo durante a Ditadura Militar.

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Texto desenvolvido para Curso Curatorial do Museu de Arte Moderna de São Paulo

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