Uma das visitas obrigatórias na capital paulista o museu de arte de São Paulo é um joia na avenida paulista.
Com um acervo tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, IPHAN desde 1969, e que conta com mais 8.000 peças, o Museu de Arte de São Paulo inaugura uma nova fase.
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No ano de 2014, foram anunciados os novos diretor-presidente e diretor artístico, Heitor Martins e Adriano Pedrosa. A dupla tem reformulado o conceito do museu com o objetivo de restaurar a proposta original desenvolvida por Lina Bo Bardi, para Pedrosa, o lugar sintetiza um conflito entre a arquitetura bruta e a sensibilidade da arte por si só, resultando em um contraste. O diretor artístico se justifica “O que me parece cada vez mais claro é que havia um museu do Pietro Maria Bardi, que é afinal um homem do século 19, e um museu de Lina Bo Bardi, uma mulher moderna, do século 20, quase que como tese e antítese, e que o Masp resultante era uma espécie de síntese(…)”.
Com uma arquitetura crua e brutalista, projeto da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, o prédio é famoso por seu extenso vão livre, que possui mais de 70 metros de comprimento, concebido pelo engenheiro José Carlos Figueiredo Ferraz. A estrutura do museu foi pensada de acordo com as exigências do terreno, que foi doado a Prefeitura com a única condição de que a vista seria preservada, por isso a arquiteta optou por desenvolver um bloco subterrâneo e outro elevado, que se apoiava em quatro pilares laterais.
O edifício, projetado no ano de 1958, levou dez anos para ser concluído. A sede fora inaugurada em 8 de novembro de 1968 com a exposição ‘A mão do povo brasileiro’, considerada um ode à cultura popular. Um dos principais pontos artísticos da metrópole paulista, não só por seu estilo arquitetônico, mas igualmente pelo fantástico conjunto de obras, o mais considerável de toda a América Latina, o MAPS se situa na Avenida Paulista, artéria cultural de São Paulo.
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Com um acervo que contempla mais de 8.000 obras, as produções artísticas variam desde o século IV a.C até os dias de hoje, dentre as obras do museu, destaca-se o segmento referente às pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e artes decorativas européias. Obras de grande relevância compõem a coleção, a escola italiana conta com nomes como Rafael, Bellini Andrea Mantegna e Ticiano.
Ao lado da escola italiana, as obras francesas compõem o principal núcleo do acervo, com obras como as Alegoias das Quatro Estações de Delacroix, pinturas de Monet, Manet, Cézanne, Toulouse-Lautrec , Van Gogh, Gauguin e Modigliani. Além destes, o museu conta com uma coleção de 76 esculturas, e três pinturas, do artíta francês Edgar Degas.
A arte espanhola está no MASP através de obras de artitas como El Greco, Goya, Velázquez, também presente, a arte inglesa é representada por Gainsborough, Reynolds, Constable e Turner, entre outros. Dentre os flamengos, citamos Rembrandt, Frans Hals e Cranach. Nas Américas, marcam presença Calder, Torres Garcia, Diego Rivera e Siqueiros, além dos muitos artistas brasileiros, como Almeida Junior, Cândido Portinari, Anita Malfatti, Victor Brecheret e Flávio de Carvalho.
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Além de contar com as obras do acervo permanente, o MASP realiza exposições temporárias que exploram tanto suas coleções e também recebe mostras externas, com o intuito de manter uma rotatividade em sua programação. Atualmente, três exposições estão em cartaz no Museu de Arte de São Paulo, a ‘Arte da França: de Delacroix à Cézzane’ – uma exposição que atravessa quase duzentos anos de produção artística na França, dos séculos 18 ao 20, exibindo retratos, paisagens, naturezas-mortas e cenas históricas e do cotidiano, seguindo o mesmo conceito o museu também apresenta ‘Arte da Itália: de Rafael à Ticiano’ – uma coleção que inclui obras da coleção do MASP do século 13 ao 19, do período medieval à Renascença e ao Barroco, a última ‘Histórias da Loucura: Desenhos do Juquehy’ reúne cerca de 100 desenhos feitos por internos do Hospital Psiquiátrico do Juquery, São Paulo. As obras eram parte da coleção do Dr. Osório César (1895-1979), fundador e diretor da Escola Livre de Artes Plásticas. As três exposições ficam em cartaz até a segunda quinzena de Outubro.
Ao final de Outubro, duas novas mostras se instalam nas galerias do museu, ‘Léon Ferrari: Entre Ditaduras’ apresenta trabalhos produzidos pelo artista argentino durante os 15 anos em que viveu exilado no Brasil, nas obras, críticas aos regimes ditatoriais latino-americanos da época e aos seus sistemas de controle da vida cotidiana da população são evidentes. Já ‘Arte na Moda: Coleção MASP Rodhia’ contempla 78 peças desenvolvidas por diversos artistas brasileiros como Willys de Castro, Aldemir Martins, Hércules Barsotti, Carybé, Ivan Serpa, Nelson Leirner, Manabu Mabe, Alfredo Volpi, Lula Cardoso Ayres e Antonio Maluf.
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