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A partir do final do século XVIII muitas mudanças começaram a acontecer em todos os âmbitos da sociedade especialmente devido à Primeira Revolução Industrial, que ocorreu na primeira metade do século. Com uma drástica reformulação da estrutura social, o resultado foi uma nova visão das pessoas sobre seu próprio papel naquela nova dinâmica e sobre a sociedade em geral. Essa mudança estrutural traz como consequência uma série de rupturas nas dinâmicas existentes.
É necessário compreender o contexto histórico no qual a sociedade europeia se encontrava antes da explosão da Primeira Revolução Industrial. O estilo artístico que ‘regia’ aquela época era o Rococó, que se fundamentou na França e retratava com fidelidade toda a pompa e excessos da monarquia e todo o esbanjamento da corte de Luís XVI.
A Revolução Industrial então traz mudanças nos meios de produção e consequentemente na organização social. Concomitantemente, tem-se também a Revolução Científica, também conhecida como Iluminismo, que é relativo ao processo de cientificização do conhecimento e a valorização do conhecimento além da crença, esse processo tem início na França e com o tempo se alastra pela Europa. A valorização da busca pelo conhecimento faz com que as monarquias abram cada vez mais as portas para os estudos e se distanciem da igreja, o que pode ter sido o início do fim das monarquias, aqui os reis passam a adotar a posição de déspotas esclarecidos, ou seja, quebram o absolutismo onde os soberanos possuíam um poder inquestionável e adotam princípios iluministas.
Um importante acontecimento que impulsionou e incentivou a pesquisa e a busca pelo conhecimento científico foi a descoberta das ruínas das cidades de Herculano e Pompeia, que ocorreu em meados de 1740. As duas cidades, localizadas no que hoje conhecemos como sul da Itália, foram completamente devastadas por uma erupção do vulcão Vesúvio no ano de 70 D.C. foram redescobertas dando início a um trabalho árduo de recuperação através do qual grandes referências da cultura clássica foi resgatada. Nesse momento de revisitação aos ideais gregos não existia um meio rápido de transmissão de informação então a arte foi a responsável por espalhar e reviver os ideais clássicos que surgiram como uma contraposição ao Rococó.
O contraste era claro, contra toda pompa, exageros e excessos constantemente celebrados pelo Rococó a retomada dos valores gregos trazia um equilíbrio, harmonia…
Com as mudanças antes mencionadas, a burguesia ascendeu e passou a ocupar um lugar de grande poder econômico, dessa forma a sociedade encontrava alguns entraves de funcionamento pois a sociedade não comportava mais aquele sistema monárquico regado de luxos e gastos desenfreados.
A Revolução Francesa (1789-99) vem então para reclamar o poder para o povo, ou melhor, para a burguesia, que já tinha o controle financeiro, mas ainda se encontrava fora das decisões políticas. A Revolução Francesa propõe então um novo regime que prega “Liberdade, igualdade e fraternidade” que reflete com clareza os ideais propagados pelos gregos, a proposta era transformar a França na nova Grécia e Paris em Atenas.
Com a necessidade de retratar a realidade a partir daqueles ideais aqui estabelecidos as produções artísticas dessa era ficam conhecidas como Neoclássicas.
A harmonia geométrica da arte e da arquitetura clássicas parecia incorporar os ideais do Iluminismo. Além disso, as culturas clássicas representavam o auge da sociedade civilizada, e a Grécia e Roma serviam como modelos de organização política esclarecida. Essas culturas, com suas tradições de liberdade, virtude cívica, moralidade e sacrifício, serviram como modelos ideais durante um período de grande agitação política.
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