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Vanguardas: Romantismo

Foto do escritor: Ana Luiza de LimaAna Luiza de Lima

Atualizado: 26 de abr. de 2020

O Neoclássico nasceu a partir da Revolução Francesa, da Revolução Industrial e do Iluminismo e as consequentes mudanças que esses movimentos provocaram na estruturação social da Europa nos séculos XVII/XVIII, faz necessário resgatar o conceito que este propõe para compreender o surgimento do Romantismo.

O Neoclássico trazia o referencial grego de equilíbrio, simetria e harmonia, como oposição direta e imediata ao Rococó que era a manifestação ‘vigente’ na Europa do século XVII. Deixando para trás toda pompa e excessos do período, com a mudança das estratificações sociais e a eventual queda da monarquia, foi necessário estabelecer algumas diretrizes que guiassem esse novo modo de viver instaurado pela democracia e a maneira que os franceses encontraram de estabelecer essa matriz foi a partir da assinatura da Declaração dos Direitos Humanos, que é o ponto de partido para a compreensão do Romantismo como vanguarda artística.

A partir do reconhecimento e entendimento do ser humano como indivíduo que vive sob a existência de uma regência de direitos e deveres morais é estabelecido aquilo que se chama de individualidade, a qual antes não existia, já que a vida de muitas pessoas era inteiramente dedicada à seus senhores. Com a fomentação dessa individualidade há automaticamente a legitimação da subjetividade, porque aqui e agora o indivíduo e seus pensamentos e ações passam a ter uma determinada importância como unidade no funcionamento social – ao menos em teoria.

A visão do Romantismo que valoriza as afirmações individuais vem como uma contradição ao sistema previamente estabelecido, o Neoclassicismo, já que o racionalismo artístico e deixado de lado dando lugar à uma pintura emocionalmente carregada, e ao mesmo tempo era também uma afirmação dos valores individuais em oposição aos sociais, sendo uma manifestação que revelava a importância da liberdade do próprio romantismo.

Para compreender essa manifestação, é necessário passar por algumas obras importantes da época, compreendendo seu contexto de produção e podendo analisar os elementos que a compõem podemos entender as mudanças não apenas estética, mas de representação e entendimento da produção artística como um todo.

Os artistas dessa época mostram através de suas obras as claras habilidades acadêmicas que possuíam, visto que até o final do século XVIII a única maneira de se estabelecer como artista oficialmente era se formando em uma academia de arte. Apesar de trabalharem com maestria características como balanço, forma, equilíbrio, cor, entre outros, os artistas revelava em seu trabalho uma forma individual de rebater as perspectivas previamente determinadas, trazendo para a pintura sua visão pessoal, ou sua subjetividade.

Os Fuzilamentos de 3 de Maio (1808) de Goya, é uma obra na qual o artista se faz valer da iluminação e do posicionamento afim de contar uma estória sobre os personagens que sensibilize quem o veja. É possível reparar isso através da forma como os fuzilados são inseridos na pintura, virados de frente para o expectador, com seus rostos expostos, mostrando toda sua dor, em contrapartida temos os fuziladores, de costas, escondidos atrás da fortaleza das suas fardas e armas, distantes daquilo que outro lado reconhecemos como humano.

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Uma segunda obra icônica do período é A Odalisca (1814), de Ingres. Através da representação feita pelo pintor mostra sua habilidade de reprodução tátil, através da colocação de uma série de diferentes texturas na parte inferior da pintura, provando ao expectador que o que não lhe falta é técnica, mas já na representação da Odalisca ele faz diversas alterações físicas, de forma que é perceptível como o corpo dela não condiz com uma representação real.

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Outra importante obra dessa época é de C.D. Friederich, o ‘Viajante sobre o mar de névoa’ (1818). Ao retratar o personagem principal da pintura de costas o pintor quebra totalmente com as convenções relativas a enquadramento até então estabelecidas, os tipos retrato e paisagem. Ao mesmo tempo ele traz um aspecto reflexivo à pintura, que retrata o homem ao mesmo tempo em posição de dominação da natureza e fragilidade diante da sua falta de controle sobre a mesma, o que representava bem a controvérsia dos estudos com intuito de desenvolvimento científico.

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De forma leve, porém nada sutil, o Romantismo acabava por maquiar as dificuldades que a sociedade vinha enfrentando naquela época. As mudanças estruturais trouxeram à tona a crescente dicotomia econômica da época, fazendo com que a arte reagisse novamente, após o Romantismo surge então uma corrente denominada Realismo.

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